Tuesday, May 6, 2014

A via da vida até escalar a Pedra Riscada


Eu comecei a escalar tarde, pelos padrões do esporte. Sempre achei a escalada e montanhismo esportes incríveis, mas a curva pra se começar num esporte como esses no Brasil é difícil. Existe pouca informação, o acesso ao esporte é difícil, e eu sempre fui meio preguiçoso :-)

Felizmente em 2008 fui apresentado ao esporte pelo grande amigo Igor Prata (aka Mestre Prata). Na época eu estava na lama total com o meu mestrado + Google, e escalei apenas uma vez em um ginásio que nem existe mais em BH.

Finalmente em 2010 pude comecar a escalar de verdade. Tudo aconteceu após uma visita ao parque nacional do Yosemite, na Califórnia, onde vi um cara escalando até mesmo com a perna quebrada. Neste dia, pensei: "Esse trem aí deve ser bão mesmo". De volta a BH, tornei-me aluno da academia Rokaz, onde escalei por um bom tempo com Igor e também com o nosso amigo Feliponga. Com o passar dos anos, fiz grandes amigos no meio da escalada nesta academia, e vários deles hoje em dia estão na minha lista de melhores amigos.

Desde a primeira vez que escalamos a Pedra Branca, em Caeté/MG, eu e o Igor vínhamos falando sobre um dia escalar a Pedra Riscada. Lembro de todas as vezes que saímos pra escalar, e a Cynthia (esposa do Igor Prata), nos dizia: "Gente, vocês tem que ir na Pedra Riscada, vai ser legal demais!". Pra quem não conhece, a Pedra Riscada está entre os maiores paredões das Américas, com seus 1260m (é o maior paredão do Braisl). Este monumento natural se localiza na cidade de São José do Divino, na região leste do estado de Minas Gerais.

Acontece que, pra se escalar um parede como a Pedra Branca, são necessários, além de um grande planejamento, um grande grau de comprometimento, preparo físico, treinamento específico de escalada e tempo. Eu e o Igor vivemos uma vida muito corrida, com muitas viagens a trabalho, reuniões, deadlines nada ortodoxos. Com o passar do tempo, fomos aos poucos postergando, felizmente, esta escalada.

Digo "felizmente" porque eu nunca me senti preparado para tal empreitada. Nos últimos anos escalei o Pão de Açúcar, o Dedo de Deus, o Agulhas, Prateleiras, Picu, além de escaladas de parede na Califórnia, Verdon e em Chamonix. Mas nenhuma escalada se compara ao que a Pedra Riscada tinha a oferecer.

Nos últimos anos, entretanto, comecei a treinar pesado. Não apenas a escalada, mas também a corrida e o pedal. Obviamente meu treinamento nunca foi focado na escalada da Pedra Riscada -- eu pretendia apenas me sentir mais saudável, melhor comigo mesmo, e combater com esporte os efeitos da ansiedade e da depressão que ainda teimam em me amolar de vez em quando.

No final de 2013 me sentia muito preparado. Eu havia escalado muito na rocha durante o ano (incluindo uma Rokaz Trip na França), havia completado o circuito de mountain bike do XTerra em Tiradentes e feito o meu melhor tempo na Volta Internacional da Pampulha. Resolvi tomar coragem e combinar a viagem com o Igor e com o guia de montanha e escalador profissional Jean Ouriques para o feriado dia do trabalho (aka 1o de maio de 2014).

Em Janeiro, durante uma corrida na Praça da Liberdade, eu caí, torci o tornozelo e sofri uma lesão no ligamento. Por um tempo, achei que tudo estava por água abaixo.

Lesão em Janeiro

Só me restou focar na fisioterapia, na inquisição e nas barras, por mais de um mês. Felizmente a recuperação foi positiva, e em menos de dois meses eu já estava escalando, pedalando e correndo novamente.

Em nenhum momento falamos sobre cancelar a expedição até a Pedra Riscada (felizmente!). Até que chegou o grande dia! No dia 1o de maio de 2014, uma quinta-feira, eu, Igor Prata e Jean Ouriques apertamos todas as mochilas dentro do Jimny e partimos pro maravilhoso Leste Mineiro!

Após quase 500km, chegamos a São José do Divino, onde jantamos, demos entrevista, conversamos com vários personagens da comunidade local e dormimos na casa do Edmilson. Na sexta, acordamos antes das 5h da manhã, tomamos café, discutimos a localização da via com o Edmilson e partimos pra Pedra Riscada. A primeira vista da pedra foi surpreendente.

Pedra Riscada

Antes de 8h da manhã, estávamos na base da via Moonwalker, onde encontramos um outro grupo que pretendia escalar a via e que gentilmente nos ofereceu pra começar a escalar antes deles. Então, às 7h55, o Jean começou a guiar a primeira cordada da via, de um total de 19!

Tio Jean guiando a primeira enfiada

Escalada sofrida! Na primeira cordada virei pra galera que estava na base e falei "Po, o esquema aqui é pra machucar a panturrilha, hein?" ... a resposta da galera foi:  "Você não viu nada!". E eles estavam certos. As cordadas em positivo e canaletas de diedro simplesmente acabaram com meu pé e minhas panturrilhas.

Me divertindo com meu capacete Androided no início da via (foto: Igor Prata)



Por volta de 13h chegamos ao platô que se localiza ao final da sétima cordada.

Selfie no plato da P7 (foto: Igor Prata)


Prosseguimos escalando, cada vez mais lentamente devido à dificuldade da via e ao cansaço, até chegar a 12a parada por volta de 18h30, onde se encontra o (não muito confortável) plato de bivaque.


Que visual é esse? (foto: Igor Prata)

Comemos parte do que levamos (basicamente: castanhas, barrinhas de proteínas, carb up, amendoin, biscoitos) e fui dormir no meu saco de dormir super confortável.

Hotel 5 estrelas no meio da parede (foto: Igor Prata)


Ainda tivemos a sorte de acompanhar um por do sol maravilhoso no dia!

 Por do sol visto desde o bivaque


No sábado acordamos cedo, vimos o incrível cone de sombra que a Riscada gera no solo e começamos a escalar as 7h15 da matina.

 Cone de sombra (foto: Igor Prata)

Prosseguimos por mais 7 enfiadas até o topo da via Moonwalker.

 Dando segurança pro Jean (foto: Igor Prata)

 Parada após o crux da via.

 Mestre Prata passou o crux com uma mão e um pé apenas.

Por volta de 13h, chegamos ao cume da via!

 Mestre Prata guiou a última enfiada e foi o primeiro a fazer cume! Merecido!



 Prêmio do cume: chocolate suíço (foto: Igor Prata)

Por volta de 13h15 começamos o rapel pra descer a via, quando uma fina e fria chuva orográfica começava a cair no cume e teimava em ameaçar o nosso dia.

 Maravilhoso visual do cume da Pedra Riscada

 Na parada de um dos rápeis (foto: Igor Prata)


Rapelamos com tranquilidade, e ainda enfrentamos alguns perrengues. Ainda assim, por volta de 23h30 (ou seja, após 10 horas de rapel), atingimos a base da Pedra Riscada, e fomos procurar a trilha que nos levava de volta até o Jimny e à civilização, após mais de 40h na parede.

O que a Pedra Riscada me ensinou?
Saí da parede exausto, e a ficha ainda está caindo ... mas esta escalada me ensinou que com dedicação e treinamento podemos atingir objetivos que eram inimagináveis. Em 2011 eu estava 13 quilos acima do meu peso atual, tomando remédios controlados pra depressão e pensando seriamente em desistir de ter uma vida melhor.

Mas muito mais do que isso, esta escalada me ensinou que a amizade e a parceria são os fatores que me colocaram de verdade lá em cima no topo da parede. No final do primeiro dia eu estava exausto e achava que no segundo dia não conseguiria terminar a escalada. Mas eu não queria desistir, pois se a escalada era importante para mim, era ainda mais importante para meus parceiros Igor Prata e Jean. Eu estava comprometido a ir até onde fosse possível pra terminar e presenteá-los (também) com mais um cume.

Com o Jean eu já venho escalando há anos, ele me levou no Pão e no Dedo de Deus. Mas o Igor Prata foi o cara que mudou a minha vida ao me apresentar a escalada. Me tornei uma pessoa melhor, mais ligada no esporte e na natureza. Obrigado, Mestre Prata, por todos os ensinamentos dos últimos anos, e pela parceria em mais uma empreitada. Agora, é definir nosso próximo "projeto"!

Wednesday, December 26, 2012

best-photos-2012

End of the year is approaching ... and I come back to the blog with my own selection of my best pictures of 2012.

This year was not as photo-intensive as the previous one, but I did travel to many destinations and caught a few beautiful shots.

I started the year with a trip to India (to attend a wedding ceremony) and after that I headed to Nepal!

Sunrise in Kerala backwaters.

Wedding ceremony in India.

Buddhists and their lights in Kathmandu, Nepal.

A beautiful stupa in Kathmandu.

On my way back to Brazil, I made a quick stop in Istanbul:

Blue Mosque

Back in Brazil, we backpacked in Lapinha da Serra:




And the Moon-Venus conjunction took place in March:

Conjunction + traffic as seen from Google's office in Belo Horizonte, Brasil.


Rio de Janeiro as seen from the climb up to Pao de Acucar in May:

(taken with my point-and-shoot Nikon!).

Another adventure in June, this time hiking to the top of the 3rd highest peak in Brasil (Pico da Bandeira):

Sunrise at Pico da Bandeira. One of the most beautiful sunrises ever.

In the meantime, finding out the beauties of Belo Horizonte and surrounding areas.



A forever-alone trip in September turned into a great photography expedition. This shot was taken from the Ibitipoca State Park.

OMFG.


Still during my vacations, I spent one week climbing in Itatiaia National Park.

First day we went to the top of Prateleiras Peak.

Yoga'ing at the extremes. Behind the guy you can spot the 5th highest peak of Brazil.

Picture below was not taken by me, but by Felipe Guimaraes during our climb of a big wall called Picu. I really like the vivid colors of the wall and the composition with Serra Fina!


Some climbers seen at the summit of Agulhas Negras.




In October I did a quick-but-awesome trekking and could spot another Yoga-at-the-extremes person :)



After doing the recap, I think this was a great year! Looking forward to more climbing and hiking and photo expeditions next year.


Saturday, December 31, 2011

My photos of 2011

Here is my selection of my best photos of 2011.

Farofa's Waterfall - Serra do Cipo' - MG/Brazil

Lapinha Cave - MG/Brazil

Waterfall at Chapada Diamatina - Bahia/Brazil



India and Brazil kissing each other at the top of Serra da Mantiqueira - MG/Brazil

A bird playing in the trees at sunset - Serra do Caraca - MG/Brazil

A very old stone-made building under the night sky - Serra do Caraca - MG/Brazil

Milkway - Serra do Caraca - MG/Brazil


--Frederico Quintao, Dec 31st. Follow me on Google+.

Monday, October 24, 2011

Paisagens da Chapada Diamantina

Ferias! Hora de viajar, e desta vez escolhi a Chapada Diamantina. Comprei um passeio pela internet mesmo (detalhes abaixo) e embarquei pra Salvador no dia 16/10, as 6h da matina. De Salvador, voo direto para Lencois, porta da entrada da Chapada Diamantina.

Primeiro dia (domingo, 16/10):
Cheguei em Lencois morto, afinal tive que acordar as 3h da matina pra pegar o voo em Confins. Transfer rapido pro hotel, saida pro almoco e a tarde visita ao morro do Pai Inacio, com escalaminhada rapida ate' o topo.

A bela Lencois.

No topo do Pai Inacio, de onde se avistam as montanhas em formato de "mesa", tipicas da Chapada Diamantina.

Visual no topo do Pai Inacio.

Na beiradinha do paredao ...

Visual dos Tres Irmaos, ponto de comeca da nossa trilha de segunda-feira.

Tres Irmaos novamente.

Segundo dia (17/10):

Objetivo do dia era sair do Pai Inacio e seguir ate' o Vale do Capao, sao 13km de trilha e o sol brilhou forte em alguns trechos da trilha.

Visual da saida: morro do Pai Inacio.

Lagarta da Chapada.

Mucuge, flor tipica da Chapada.

Sempre-Viva, flor tipica do Cerrado (bem comum em Minas tambem).

Flor venenosa da Chapada.

Galera caminhando rumo ao Morrao, um dos morros mais importantes da Chapada.

Nosso guia no primeiro dia, o Rari, na Cachoeira das Aguas Claras.

Chegamos no Vale do Capao no fim da tarde, e ficamos hospedados na Pousada do Capao (http://www.pousadadocapao.com.br/). Muito boa! Recomendo!

Terceiro dia (18/10):

Esse era "o dia" na trilha. Iamos andar 22km, do Vale do Capao ate' a casa do Sr. Wilson, no Vale do Pati. Comecamos o dia atravessando tres rios pulando entre as pedras, dentre eles o Rio Bomba. Tinha chovido a noite e tinha bastante agua. Foi meio tenso :-)

O inicio da trilha foi puxado. Era uma subida muito forte, de uns 5km, e choveu muito. Muito. Muuuuuuito. Nao tinha como tirar fotos nesta parte. Somente quando chegamos ao Gerais dos Vieiras, uma regiao bem plana de cerrado no topo do morro, a chuva diminuiu. Mas logo tivemos que escalar algumas cachoeiras temporanas ate' chegar as Gerais do Rio Preto, outro trecho plano de cerrado. Durante todo o tempo enfrentamos garoas.

Mas todo o perrengue valeu a pena. Em breve chegamos a um mirante que da' de cara pros paredoes do Vale do Pati.

Os incriveis paredoes do Vale do Pati. Sensacao indescritivel a de avistar estes paredoes.

Eu e o Morro Branco do Pati.

O Morro Branco e o Morro do Castelo.

Que beeeeeeeleza!

E a neblina impera no Pati. A casa do Sr. Wilson fica quase no final deste vale.

Vale do Pati e' um dos lugares mais bonitos que ja' visitei.

Este bone' estava la' em cima do Vale respondendo as consultas das pessoas que passavam pelas trilhas :-)




Galera da nossa expedicao na chegada na casa do Sr. Wilson.

As regras da casa do Sr. Wilson.

A comida sensacional de Dona Maria e Nara. Sem condicao. Sem palavras.

A casa do Sr. Wilson e' alimentada por duas placas solares implantadas atraves do programa Luz para Todos do Governo Federal. Por isso, nao e' possivel alimentar os chuveiros, e assim o banho e' gelado (o mesmo ocorre nas demais casas onde nos hospedamos no Pati). A comida e' uma das melhores que ja' comi em toda minha vida ... nao so' na casa do Sr. Wilson, mas no Pati todo a comida e' excelente ... resultado: apesar de andar quase 100km, engordei meio quilo na viagem :-)
Neste dia nos dormimos na casa do Sr. Wilson. A recepcao la' foi nota 1000!!!


Quarto dia (19/10):


Neste dia ficamos explorando a regiao do Vale do Pati. Subimos de volta ate' as Gerais do Rio Preto e fizemos o roteiro conhecido como Cachoeirao "por cima". Sao 16km de caminhada no total, e pegamos um pouco de chuva no caminho.


O Cachoeirao do Pati.

Nossa turma la' em cima do Pati.

Visao do Cachoeirao (a direita) e do canion/vale.

Alegria geral da Jaque e Thiago na rede apos a volta do Cachoeirao.


Prato do dia: Feijoada.

Jaque nao acreditava no que estava vendo.

Sufle de batata para quem nao gosta de feijoada. Obviamente eu comi a feijoada E o sufle. E o frango a milanesa tambem.


Quinto dia (20/10):


Novamente exploramos a regiao do Pati. E tambem precisavamos mudar para a casa de Dona Leia neste dia. Comecamos o dia escalando o Morro do Castelo.


Quase no topo do Castelo ha' uma caverna que atravessamos para ver o vale do outro lado.

Jaque zuando.

Este e' o visual la' em cima.

Nosso guia ainda tirou essa fotinha.

E essa tambem!

Mais uma do visual do outro lado do Vale do Pati. Esse rio ai embaixo e' o Rio Pati.

Descemos do Castelo e fomos direto almocar na casa de Dona Leia. Carne de panela e tals ... foda.

Flores de Dona Leia.

As toalhas secando no quintal de Dona Leia, com a vista do Morro do Castelo ao fundo.

Depois do almoco nada light, seguimos pra Cachoeira do Funil. Trilha tranquila.

Cachoeira do Funil.


Gostei desta foto.

Resumo da opera: neste dia andamos apenas 8km. Mas foi osso por causa da subida do Morro do Castelo.

Sexto dia (21/10):

Iamos fazer a travessia de 12km entre a casa de Dona Leia e a casa do Sr. Joia. Foi bem tranquila a trilha, afinal o grupo ja' estava acostumado :-)
Paramos pra tomar banho na Cachoeira do Poco da Arvore, onde fizemos um almoco de trilha.

Parada para descanso na Prefeitura do Pati.

Cachoeira. Gelada.

Cachoeira do Poco da Arvore com o Morro do Castelo ao fundo.

Serra que tivemos que atravessar no dia seguinte. Fizemos a travessia pela Ladeira do Imperio.

A casa do Sr. Joia, onde nos hospedamos de sexta pra sabado.

Jantar na casa do Sr. Joia. Neste dia batemos nosso proprio recorde e comemos todo o jantar em 25 minutos.

Setimo dia (22/10):

Acordamos as 5h da manha. Isto mesmo, a trilha comecava cedo. Cafe' da manha na casa do Sr. Joia e pe' na trilha. Subimos os 4km da Ladeira do Imperio e foi dificil. No meio minha panturrilha ja' estava detonada, foi o ponto da trilha onde mais sofri desde o primeiro dia. Mas depois foram 12km de descida ate' a cidade de Andarai, e esse trecho foi super tranquilo.

Ultima visao do Vale do Pati na Ladeira do Imperio ... Valeu, Pati!

Pati e' incrivel ... valeu cada quilometro percorrido, cada perrengue.

Final da trilha! Encontramos nossa Bandeirante 4x4 em Andarai.

Nosso carregador (Piaba). Um dos maiores filosofos que ja' conheci na minha vida. Serio. O cara e' um genio.

Sorvete de cachaca e sorvete de rapadura. Genial.

Apos uma parada pra encontrar o motorista da 4x4 e comer um sorvete, seguimos para o Poco Azul da Chapada. Foi incrivel encontrar essa joia da natureza no meio do semi-arido. Flutuar no Poco Azul foi uma das coisas mais incriveis que ja' fiz, a sensacao foi realmente emocionante.

Entrada do Poco Azul. Ele tem essa cor devido ao carbonato de magnesio, que reflete a luz do sol que entra por um buraco no teto da caverna.

Sem palavras. O poco e' bem fundo, tem mais de 30 metros ai nessa area, e voce ve o fundo. Tem uma arvore ali que voce ve perfeitamente.

Galera curtindo.

O guia do local tirando foto dos visitantes.

Ja' foram encontrados milhares de fosseis dentro do poco. Os visitantes podem flutuar em apenas um pequeno pedaco do poco.

Almocei ainda anestesiado pelo efeito de mergulhar no Poco Azul. Depois seguimos estrada com destino a Lencois.

Esta e' a Chapada Diamantina vista `a distancia, do meio do semi-arido.

O Morro do Ancorado (que fica perto do Vale do Pati) visto a distancia.

O Morro Branco e o Morro do Castelo do Vale do Pati.

O Morrao (ou Monte Tabour), pelo qual passamos no primeiro dia de caminhada ate' o Capao.

No final das contas caminhamos cerca de 90km em 6 dias de trekking. Valeu a pena! Deu pra conhecer um pouquinho (bem pouco mesmo) da Chapada Diamantina. Vou ter que voltar pelo menos mais umas 3 vezes pra tentar conhecer um pouco mais. O lugar e' incrivel e tem varias atracoes legais. Se voce nunca foi, nao sabe o que esta' perdendo ... e tem roteiros bem mais lights do que esse que eu fiz :-)

O passeio foi legal nao apenas pelo visual dos paredoes e das cachoeiras. Se hospedar na casa das pessoas que moram no meio do Parque Nacional da Chapada Diamantina e' muito legal tambem! Voce conhece um pouco mais do estilo de vida do pessoal e passa a refletir um pouco mais sobre a vida que vivemos nas cidades grandes.

Eu tambem tive a sorte de viajar com um grupo super legal, que fiquei conhecendo apenas ao chegar em Lencois: Helio (mineiro de Passos que mora em Campinas), Jaque (jornalista de Borborema/SP que vivem em Sampa), Thiago (Engenheiro da Petrobras, carioca) e Cinthia (Engenheira de Alimentos de Sampa). A galera levou o trekking bem a serio, ao mesmo tempo que se entrosou bem com brincadeiras e altos papos durante a trilha e durante os periodos de descanso. Valeu, galera!

Servico:
Eu viajei pela Venturas e Aventuras (www.venturas.com.br) e recomendo fortemente. Os precos sao justos e eles sao bem organizados. Em Lencois eu me hospedei no Hotel Canto das Aguas (www.lencois.com.br), no Vale do Capao eu me hospedei na Pousada do Capao e no Pati eu fiquei na casa do Sr. Wilson, da Dona Leia e do Sr. Joia. Em todos os lugares fomos muito bem recebidos.

No Vale do Pati o guia designado pela Venturas foi o Igor Sa', que foi muito gentil com a gente o tempo todo. Ele e' neto de um dos coroneis que mandavam na Chapada durante a epoca de exploracao do garimpo de diamante. Ele sabe muito da regiao, falava bastante sobre o contexto historico e tambem sobre a formacao geologica da chapada. O nosso carregador foi o Piaba, um cara genial e grande filosofo que tive o prazer de conhecer durante estes dias de caminhada.

Apesar de todas as bolhas no pe' e do cansaco fisico, viajar pela Chapada Diamantina a pe' foi simplesmente fantastico. Eu com certeza vou fazer outros roteiros por la.

Abracos e ate' a proxima viagem :-)