Monday, October 24, 2011

Paisagens da Chapada Diamantina

Ferias! Hora de viajar, e desta vez escolhi a Chapada Diamantina. Comprei um passeio pela internet mesmo (detalhes abaixo) e embarquei pra Salvador no dia 16/10, as 6h da matina. De Salvador, voo direto para Lencois, porta da entrada da Chapada Diamantina.

Primeiro dia (domingo, 16/10):
Cheguei em Lencois morto, afinal tive que acordar as 3h da matina pra pegar o voo em Confins. Transfer rapido pro hotel, saida pro almoco e a tarde visita ao morro do Pai Inacio, com escalaminhada rapida ate' o topo.

A bela Lencois.

No topo do Pai Inacio, de onde se avistam as montanhas em formato de "mesa", tipicas da Chapada Diamantina.

Visual no topo do Pai Inacio.

Na beiradinha do paredao ...

Visual dos Tres Irmaos, ponto de comeca da nossa trilha de segunda-feira.

Tres Irmaos novamente.

Segundo dia (17/10):

Objetivo do dia era sair do Pai Inacio e seguir ate' o Vale do Capao, sao 13km de trilha e o sol brilhou forte em alguns trechos da trilha.

Visual da saida: morro do Pai Inacio.

Lagarta da Chapada.

Mucuge, flor tipica da Chapada.

Sempre-Viva, flor tipica do Cerrado (bem comum em Minas tambem).

Flor venenosa da Chapada.

Galera caminhando rumo ao Morrao, um dos morros mais importantes da Chapada.

Nosso guia no primeiro dia, o Rari, na Cachoeira das Aguas Claras.

Chegamos no Vale do Capao no fim da tarde, e ficamos hospedados na Pousada do Capao (http://www.pousadadocapao.com.br/). Muito boa! Recomendo!

Terceiro dia (18/10):

Esse era "o dia" na trilha. Iamos andar 22km, do Vale do Capao ate' a casa do Sr. Wilson, no Vale do Pati. Comecamos o dia atravessando tres rios pulando entre as pedras, dentre eles o Rio Bomba. Tinha chovido a noite e tinha bastante agua. Foi meio tenso :-)

O inicio da trilha foi puxado. Era uma subida muito forte, de uns 5km, e choveu muito. Muito. Muuuuuuito. Nao tinha como tirar fotos nesta parte. Somente quando chegamos ao Gerais dos Vieiras, uma regiao bem plana de cerrado no topo do morro, a chuva diminuiu. Mas logo tivemos que escalar algumas cachoeiras temporanas ate' chegar as Gerais do Rio Preto, outro trecho plano de cerrado. Durante todo o tempo enfrentamos garoas.

Mas todo o perrengue valeu a pena. Em breve chegamos a um mirante que da' de cara pros paredoes do Vale do Pati.

Os incriveis paredoes do Vale do Pati. Sensacao indescritivel a de avistar estes paredoes.

Eu e o Morro Branco do Pati.

O Morro Branco e o Morro do Castelo.

Que beeeeeeeleza!

E a neblina impera no Pati. A casa do Sr. Wilson fica quase no final deste vale.

Vale do Pati e' um dos lugares mais bonitos que ja' visitei.

Este bone' estava la' em cima do Vale respondendo as consultas das pessoas que passavam pelas trilhas :-)




Galera da nossa expedicao na chegada na casa do Sr. Wilson.

As regras da casa do Sr. Wilson.

A comida sensacional de Dona Maria e Nara. Sem condicao. Sem palavras.

A casa do Sr. Wilson e' alimentada por duas placas solares implantadas atraves do programa Luz para Todos do Governo Federal. Por isso, nao e' possivel alimentar os chuveiros, e assim o banho e' gelado (o mesmo ocorre nas demais casas onde nos hospedamos no Pati). A comida e' uma das melhores que ja' comi em toda minha vida ... nao so' na casa do Sr. Wilson, mas no Pati todo a comida e' excelente ... resultado: apesar de andar quase 100km, engordei meio quilo na viagem :-)
Neste dia nos dormimos na casa do Sr. Wilson. A recepcao la' foi nota 1000!!!


Quarto dia (19/10):


Neste dia ficamos explorando a regiao do Vale do Pati. Subimos de volta ate' as Gerais do Rio Preto e fizemos o roteiro conhecido como Cachoeirao "por cima". Sao 16km de caminhada no total, e pegamos um pouco de chuva no caminho.


O Cachoeirao do Pati.

Nossa turma la' em cima do Pati.

Visao do Cachoeirao (a direita) e do canion/vale.

Alegria geral da Jaque e Thiago na rede apos a volta do Cachoeirao.


Prato do dia: Feijoada.

Jaque nao acreditava no que estava vendo.

Sufle de batata para quem nao gosta de feijoada. Obviamente eu comi a feijoada E o sufle. E o frango a milanesa tambem.


Quinto dia (20/10):


Novamente exploramos a regiao do Pati. E tambem precisavamos mudar para a casa de Dona Leia neste dia. Comecamos o dia escalando o Morro do Castelo.


Quase no topo do Castelo ha' uma caverna que atravessamos para ver o vale do outro lado.

Jaque zuando.

Este e' o visual la' em cima.

Nosso guia ainda tirou essa fotinha.

E essa tambem!

Mais uma do visual do outro lado do Vale do Pati. Esse rio ai embaixo e' o Rio Pati.

Descemos do Castelo e fomos direto almocar na casa de Dona Leia. Carne de panela e tals ... foda.

Flores de Dona Leia.

As toalhas secando no quintal de Dona Leia, com a vista do Morro do Castelo ao fundo.

Depois do almoco nada light, seguimos pra Cachoeira do Funil. Trilha tranquila.

Cachoeira do Funil.


Gostei desta foto.

Resumo da opera: neste dia andamos apenas 8km. Mas foi osso por causa da subida do Morro do Castelo.

Sexto dia (21/10):

Iamos fazer a travessia de 12km entre a casa de Dona Leia e a casa do Sr. Joia. Foi bem tranquila a trilha, afinal o grupo ja' estava acostumado :-)
Paramos pra tomar banho na Cachoeira do Poco da Arvore, onde fizemos um almoco de trilha.

Parada para descanso na Prefeitura do Pati.

Cachoeira. Gelada.

Cachoeira do Poco da Arvore com o Morro do Castelo ao fundo.

Serra que tivemos que atravessar no dia seguinte. Fizemos a travessia pela Ladeira do Imperio.

A casa do Sr. Joia, onde nos hospedamos de sexta pra sabado.

Jantar na casa do Sr. Joia. Neste dia batemos nosso proprio recorde e comemos todo o jantar em 25 minutos.

Setimo dia (22/10):

Acordamos as 5h da manha. Isto mesmo, a trilha comecava cedo. Cafe' da manha na casa do Sr. Joia e pe' na trilha. Subimos os 4km da Ladeira do Imperio e foi dificil. No meio minha panturrilha ja' estava detonada, foi o ponto da trilha onde mais sofri desde o primeiro dia. Mas depois foram 12km de descida ate' a cidade de Andarai, e esse trecho foi super tranquilo.

Ultima visao do Vale do Pati na Ladeira do Imperio ... Valeu, Pati!

Pati e' incrivel ... valeu cada quilometro percorrido, cada perrengue.

Final da trilha! Encontramos nossa Bandeirante 4x4 em Andarai.

Nosso carregador (Piaba). Um dos maiores filosofos que ja' conheci na minha vida. Serio. O cara e' um genio.

Sorvete de cachaca e sorvete de rapadura. Genial.

Apos uma parada pra encontrar o motorista da 4x4 e comer um sorvete, seguimos para o Poco Azul da Chapada. Foi incrivel encontrar essa joia da natureza no meio do semi-arido. Flutuar no Poco Azul foi uma das coisas mais incriveis que ja' fiz, a sensacao foi realmente emocionante.

Entrada do Poco Azul. Ele tem essa cor devido ao carbonato de magnesio, que reflete a luz do sol que entra por um buraco no teto da caverna.

Sem palavras. O poco e' bem fundo, tem mais de 30 metros ai nessa area, e voce ve o fundo. Tem uma arvore ali que voce ve perfeitamente.

Galera curtindo.

O guia do local tirando foto dos visitantes.

Ja' foram encontrados milhares de fosseis dentro do poco. Os visitantes podem flutuar em apenas um pequeno pedaco do poco.

Almocei ainda anestesiado pelo efeito de mergulhar no Poco Azul. Depois seguimos estrada com destino a Lencois.

Esta e' a Chapada Diamantina vista `a distancia, do meio do semi-arido.

O Morro do Ancorado (que fica perto do Vale do Pati) visto a distancia.

O Morro Branco e o Morro do Castelo do Vale do Pati.

O Morrao (ou Monte Tabour), pelo qual passamos no primeiro dia de caminhada ate' o Capao.

No final das contas caminhamos cerca de 90km em 6 dias de trekking. Valeu a pena! Deu pra conhecer um pouquinho (bem pouco mesmo) da Chapada Diamantina. Vou ter que voltar pelo menos mais umas 3 vezes pra tentar conhecer um pouco mais. O lugar e' incrivel e tem varias atracoes legais. Se voce nunca foi, nao sabe o que esta' perdendo ... e tem roteiros bem mais lights do que esse que eu fiz :-)

O passeio foi legal nao apenas pelo visual dos paredoes e das cachoeiras. Se hospedar na casa das pessoas que moram no meio do Parque Nacional da Chapada Diamantina e' muito legal tambem! Voce conhece um pouco mais do estilo de vida do pessoal e passa a refletir um pouco mais sobre a vida que vivemos nas cidades grandes.

Eu tambem tive a sorte de viajar com um grupo super legal, que fiquei conhecendo apenas ao chegar em Lencois: Helio (mineiro de Passos que mora em Campinas), Jaque (jornalista de Borborema/SP que vivem em Sampa), Thiago (Engenheiro da Petrobras, carioca) e Cinthia (Engenheira de Alimentos de Sampa). A galera levou o trekking bem a serio, ao mesmo tempo que se entrosou bem com brincadeiras e altos papos durante a trilha e durante os periodos de descanso. Valeu, galera!

Servico:
Eu viajei pela Venturas e Aventuras (www.venturas.com.br) e recomendo fortemente. Os precos sao justos e eles sao bem organizados. Em Lencois eu me hospedei no Hotel Canto das Aguas (www.lencois.com.br), no Vale do Capao eu me hospedei na Pousada do Capao e no Pati eu fiquei na casa do Sr. Wilson, da Dona Leia e do Sr. Joia. Em todos os lugares fomos muito bem recebidos.

No Vale do Pati o guia designado pela Venturas foi o Igor Sa', que foi muito gentil com a gente o tempo todo. Ele e' neto de um dos coroneis que mandavam na Chapada durante a epoca de exploracao do garimpo de diamante. Ele sabe muito da regiao, falava bastante sobre o contexto historico e tambem sobre a formacao geologica da chapada. O nosso carregador foi o Piaba, um cara genial e grande filosofo que tive o prazer de conhecer durante estes dias de caminhada.

Apesar de todas as bolhas no pe' e do cansaco fisico, viajar pela Chapada Diamantina a pe' foi simplesmente fantastico. Eu com certeza vou fazer outros roteiros por la.

Abracos e ate' a proxima viagem :-)

2 comments:

  1. Lindo! Eu amo a chapada diamantina, em especial, a vila de Igatu.
    Parabéns pelo blog.

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  2. Estivemos lá, em 2014. A Chapada é maravilhosa! Tem mais de 200 passeios para fazer: caminhadas, com guias locais que conhecem tudo. A cidade de Lençois da Bahia é colonial, acolhedora, restaurantes ótimos e de bom preço. Turistas do mundo inteiro.

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